SEGUNDA CARTA: À
IGREJA DE ESMIRNA
8.
“E ao anjo * da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o
último, que foi morto, e reviveu”.
1.
“...ao anjo da igreja”. Podemos ver neste versículo, uma referência a
pessoa de Policarpo(’); esse pastor nasceu em (69 d. e.), e morreu em (159 d.
C.). O Dr. Russeil Norman, diz que a etimologia do nome “Policarpo” significa
“muito forte” ou “frutífero”. Policarpo foi discípulo pessoal do Apóstolo João,
homem muito consagrado, foi o “principal pastor” da igreja de Esmirna durante o
exílio do Apóstolo em Patmos.
“A narrativa de seu martírio é
narrada por Eusébio, em sua História Eclesiástica iv 15 e em Mart. Polyc. caps.
12. e 13, págs. 1037 e 1042. Foi levado à arena, lugar dos jogos olímpicos, um
dos maiores teatros abertos da Ásia Menor, parte da qual construção permanece
de pé até hoje”. Policarpo, deve ser realmente, o “anjo” do texto em foco, pois
as evidências assim o declara (cf. Ec 7. 27).
1.
ESMIRNA.
O nome “Esmirna” significa “mirra”, a palavra usada três vezes nos Evangelhos
(Mateus 2. 11; Marcos 15. 23; João 19. 39). De acordo com H. Lockyer (2), “O
nome descreve bem a igreja perseguida até a morte, embalsamada nos perfumes
prévios de seu sofrimento, tal como foi a igreja de Esmirna. Foi a igreja da
mirra ou amargura; entretanto, foi agradável e preciosa para o Senhor”. Esmirna
também é famosa por ser a terra natal de Homero (o poeta cego da mitologia
grega) e como lar de Policarpo (bispo de Esmirna).
Situação Geográfica: esta cidade
encrava-se no pequeno Continente da Ásia Menor (hoje, atual porção da Turquia
Asiática). Em 1970, Esmirna já contava com cerca de 63000 habitantes e é,
atualmente, a principal cidade turca, denominada Izmir. Os muçulmanos chamam-
na “Izmir e infiel”. O Rio Meles, famoso na literatura, também era adorado em
Esmirna. Próximo à nascente desse rio ficava a caverna onde, dizem, Homero
compunha seus poemas. Com a conquista do Oriente pelos romanos, Esmirna, passou
a fazer parte da província romana da Asia. A cidade de Esmirna, cujo nome
significa: “mirra”, caracterizou-se pela forte oposição e resistência ao
cristianismo no primeiro século da nossa era. A igreja local originou-se da
grande colônia judaica ali estabelecida. Em Esmirna, no ano (159 d. C.),
Policarpo, seu bispo, foi martirizado.
2.
Isto diz o primeiro e o último. Já tivemos oportunidade de encontrar
este título aplicado a pessoa de Cristo em Ap 1. 16, onde o mesmo é amplamente
comentado e ilustrado pelo nosso alfabeto português. “Cristo é o primeiro”
quanto ao tempo e à importância. Ele é a fonte originária de toda e qualquer
vida, seu princípio mesmo. O fato de que Cristo é o “princípio”, equivale à
declaração de que Ele é o “Alfa”. E o fato de ser o “Ultimo” equivale a ser o
“Ômega”. Ele é o Princípio e o Fim, O Primeiro e o Último, o “a” e o “z”; nós
nos encontramos no meio. Mas Cristo continua a existir! Na qualidade de ser Ele
o “último”, pode-se dizer o seguinte sobre Cristo (a) Ele é a razão mesma da
existência; (b) Ele é o princípio da vida após a morte; (c) Ele é o alvo de
toda a existência, o Ômega.
9.
“Eu sei as tuas obras, e tribulação , e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia
dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás”.
1.
“...Eu sei as tuas obras”. O Senhor Jesus, não só conhecia as “obras” desta
igreja fiel, mas, de um modo especial a sua “tribulação”. No grego clássico,
tribulação, é “thlipsis”, significa “pressão”, “opressão”, derivado de
“thlibo”, que tem o sentido geral de “pressionar”, “afligir”, etc. Nas páginas do
Novo Testamento, em sentido comum (com exceção da palavra designada para um
período de sete anos) tem o sentido de “perseguição” deflagada, por aqueles que
são aqui na terra inimigos do povo de Deus (cf. At 14. 22).
1.
E pobreza.
O leitor deve observar o contraste que existia entre o “anjo” (pastor) da
igreja de Esmirna, e o da igreja de Laodicéia (3. 17). Cumpre-se aqui,
portanto, um provérbio oriental que diz: “Aos olhos de Deus, existem homens
ricos que são pobres e homens pobres que são ricos”. O sábio Salomão declara em
Pv 13. 7: “Há quem se faça rico (o pastor de Laodicéia), não tendo coisa
nenhuma, e quem se faça pobre (o pastor de Esmirna), tendo grande riqueza”.
O Dr. Champrin observa que
aqueles crentes (de Esmirna) eram pobres, mas não porque não trabalhassem —
sendo essa a causa mais comum da pobreza de modo geral, mas devido às
perseguições que sofriam. Suas propriedades e bens foram confiscados pelo
poderio romano, e além de tudo esses servos de Deus, ainda sofriam
encarceramento. Porém, está declarado no presente texto, que eles eram ricos.
Em que? Nas riquezas espirituais. Eles eram de fato ricos: nas obras, na fé, na
oração, no amor não fingido, na leitura da Palavra de Deus, (à maneira de seus
dias). Estas coisas diante de Deus: São as riquezas da alma! (Mt 6. 20; 1 Tm 6.
17-19).
2.
A blasfêmia dos que se dizem judeus. O Apóstolo Paulo escrevendo aos romanos
diz: “...nem todos os que são de Israel são israelitas” (Rm 9. 6b). “. ..não é
judeu o que é exteriormente...” (Rm 2. 28).
Esses falsos judeus, procuravam
firmar sua origem no Patriarca Abraão, a exemplo dos demais, perseguiam a
igreja sofredora da cidade de Esmirna na Ásia Menor (cf. At 14. 2, 19, etc).
Atualmente, o nome “Esmirna” no campo profético, representa a igreja subterrânea
que sofre por amor a Cristo nos países da Cortina de Ferro.
10.
“Nada temas * das coisas que hás de padecer. Eis * que o diabo lançará alguns
de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez
dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida”.
1.
“...Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão”. A oposição do
grande inimigo de Deus e dos homens conforme mencionado no registro que João
faz das sete igrejas jamais cessou. Satanás é citado num total de oito vezes no
Apocalipse e cinco destas relacionam-se com as igrejas (6 vezes se incluirmos o
termo “diabo” visto no presente texto), A “prisão” do versículo em foco, não se
refere a uma “prisão” espiritual como tem sido interpretado por alguns
estudiosos (cf. Lc 13. 16), mas sim literal. “As perseguições promovidas pelos
romanos àquela igreja, com a ajuda dos judeus (os que se dizem), foram obras de
Satanás. Sob alegação de que os cristãos de Esmirna estavam “traindo” o
imperador, houve um encarceramento em massa, e a seguir o imperador ordenou o
martírio de muitos daqueles”. Em uma só catacumba de Roma foram encontrados os
remanescentes ósseos de cento e setenta e quatro mil cristãos, calculadarnente.
1.
Tereis uma tribulação de dez dias. Os “dez dias” do presente texto, tem referência
“histórica”, no primeiro caso, e profética no segundo. A Igreja sofreu de fato
“dez perseguições” distintas, desde o reinado do imperador Nero até ao de
Diocleciano. “As dez grandes perseguições podem ser relacionadas desta forma:
(a) Sob Nero: 64-68 d. C. (b) Sob Dominiciano: 68-96 d. C. (c) Sob Trajano:
104-117 d. C. (d) Sob Aurélio: 161-180 d. C. (e) Sob Severo: 200-211 d. C. (f)
Sob Máximo: 235-237 d. C. (g) Sob Décio: 250-253 d. C. (h) Sob Valériano: 257-260
d. C. (i) Sob Auréliano: 270-275 d. C. (j) Sob Diocleciano: 303- 312 d.C.Ç4)
Durante esse tempo, a matança de
cristãos foi tremenda. No campo profético as perseguições desencadeadas por
Diocleciano perduraram dez anos (cf. Nm 14. 34 e Ez 4. 6).
11.
“Quem tem ouvidos, ouça * o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não
receberá o dano da segunda morte”.
1.
“...Quem tem ouvidos, ouça!”. Ora, por nada menos de sete vezes nos
evangelhos, e por oito vezes neste livro do Apocalipse: sete vezes para essas
igrejas! reboa aquela chamada vital, aberta e particular, para quem quiser ter
ouvidos abertos: “Quem tem ouvidos, que ouça!!!”.
1.
O Mis, Orlando Boyer, diz que Cristo glorificado apresenta-se às sete igrejas
em simbolos, partido e distribuído conforme as suas necessidades: (a) Para a igreja
Ortodoxa e sempre esforçada em Efeso, Cristo é Aquele que tem as sete igrejas
na destra, isto é, que lhe sustenta a obra. 1. 20 e 2. 1; (b) À igreja
atribulada em Esmirna, na véspera do tempo de martírio, Jesus apresenta-se como
Aquele que havia experimentado a perseguição, até a morte e havia vencido. 1.
17, 18 e 2. 8; (c) A igreja descuidada de Pérgamo, Cristo glorificado é Quem
maneja a Espada, dividindo a igreja do mundo. 1. 16 e 2. 12; (d) Para a igreja
que declinava, Tiatira, Cristo é Juiz com olhos como’ chamas de fogo. 1. 14 e
2. 18; (e) Para a igreja morta, Sardes, Jesus tem os sete Espíritos de Deus e
pode ressuscitar os crentes da morte para a vida. 3. 1; (f) A igreja
missionária, Filadélfia, Cristo é Quem quer abrir a porta: da evangelização. 3.
7; (g) Para a igreja morna, Laodicéia, Cristo é a fiel e verdadeira testemunha
tirando da igreja a máscara da satisfação em si mesma. 3. 14.
2.
O dano da segunda morte. Somente no livro do Apocalipse se encontra a
presente expressão: “A segunda morte”. Ela será destinada aos “vencidos”, mas
nenhum poder terá sobre os “vencedores”. A segunda morte é a morte eterna. A
frase aparece aqui (e em Ap 20. 6, 14 e 21. 18), onde o destino dos perdidos é
descrito em termos de um Lago de Fogo e enxofre. Durante sua vida terrena,
Cristo fez uma promessa, dizendo: “As portas do inferno (as forças do mal)” não
teriam nenhum poder sobre a sua Igreja (Mt 16.18); esta promessa de Cristo é
presente e escatológica: agora, e na eternidade!.
Elaboração pelo:- Evangelista
Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de
Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Livro:- Apocalipse versículo por
versículo – Severino Pedro da Silva
OBRIGADO SENHOR POR ESTES HOMENS COMPROMETIDOS CONTIGO E COM SUA PALAVRA,OBRIGADOS A VOCÊS QUE ME ENSINARAM, AGORA POSSO ENSINAR A OUTROS NA EBD.
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