A BENDITA
ESPERANÇA
A ressurreição e o arrebatamento
dos que dormem em Cristo, juntamente com os santos que estiverem vivos, é a
iminente e bendita esperança da Igreja (Rm 8.23; 1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.16,17;
Tt 2.13).
A RESSURREIÇÃO
DOS CRENTES
Até a vitória de Jesus, no
Calvário, toda a raça humana achava-se sob a servidão devido ao temor da morte
(Hb 2.14,15). Mas Ele, através de sua morte vicária, derrotou o diabo, e
afastou a ira divina que pairava sobre nós em conseqüência de nossos muitos
pecados. Em seguida, Cristo ressuscitou visando a nossa justificação (Rm 4.25).
Visto já termos sido justificados, vivemos em comunhão com Ele. Agora, podemos
dizer juntamente com o apóstolo Paulo: “Porque para mim o viver é Cristo, e o
morrer é ganho” (Fp 1.21). Noutras palavras, morrer é ter um lucro certo em
Cristo; é ter mais de Cristo; é “habitar com o Senhor” (2 Co 5.8).
No entanto, a verdadeira
esperança de Paulo achava-se na ressurreição dos santos por ocasião da segunda
vinda do Senhor. Eis como o apóstolo elogia os crentes de Tessalônica: “,.. e
como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro
e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus,
que nos livra da ira futura” (1 Ts 1.9,10).
A ressurreição de Cristo era o
tema central da pregação — da Igreja Primitiva. Devemos tê-la também como o
centro de nossa mensagem, porquanto ela é a garantia de nossa própria
ressurreição. A ressurreição de Cristo é a base de nossa fé e esperança. Uma
das grandes afirmações do Novo Testamento encontra-se nestas palavras de Jesus:
“... porque eu vivo, e vós vivereis” (Jo 14.19).
Paulo classifica a ressurreição
de mistério; algo que não havia sido revelado nos tempos do Antigo Testamento,
mas que agora é-nos descoberto: “Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem
todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e
fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos
ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados, Porque convém que
isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal
se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir de
incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir de imortalidade, então,
cumprir-se.á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória” (1 Co
15.51-54).
“Todos”, na passagem acima
citada, inclui todos quantos estamos “em Cristo”, Neste mesmo capítulo, Paulo
comparou o presente corpo a um mero grão que, para brotar e frutificar, deve
primeiro ser sepultado (1 Co 15.37). No entanto, ele ressalta que nem todos
dormiremos, O apóstolo não queria dizer com isso que estaria vivo quando da
volta de Jesus. O que ele faz questão de enfatizar é que todos os crentes,
tanto vivos quanto mortos, serão transformados por ocasião do arrebatamento da
Igreja.
Tal como o corpo de Jesus, o
corpo ressurreto, do qual Ele é a vida animadora, não será nem este corpo
mortal que hoje possuímos, nem o espírito desencarnado, mas um cõr0 espiritual.
Um corpo real e espiritual.
Realidade não significa necessariamente tangibilidade, Será o ar menos real do
que o chumbo, ou o som menos real do que um gramado, ou a luz menos real do que
uma pedra? Há a carne de um bebê, tão suave que você a toca com cuidado para não
machucá-la, e há a carne de um rinoceronte, que você não consegue atravessar nem
com bala de rifle. Assim é o corpo ressurrecto — real, mas uma realidade
gloriosa jamais dantes conhecida. Trata-se de um corpo espiritual de vida humana
imortalizada pela vida ressurrecta de Jesus. (Nathan R. Wood, de uma preleção
feita na Gordon Divinity School, Boston, Mass., 1944).
A Bíblia declara que seremos como
Jesus quando o virmos por ocasião de sua vinda (1 Jo 3.2). Nossos corpos serão
gloriosos e dotados de esplendor e beleza; serão corpos poderosos e apropriados
às regiões celestiais. Essa mudança será repentina e sobrenatural. Isto
acontecerá ao soar da última trombeta. Então, encontrar-nos-emos com o Senhor
nos ares; e, com Ele estaremos para sempre (1 Ts 4.17).
Não são poucos os que,
amedrontados com as guerras e a poluição ambiental, dizem que já não nos resta
qualquer esperança. Mas Deus não permitirá que as circunstâncias lhe
prejudiquem os planos, nem que lhe frustrem os decretos, O certo é que Jesus
voltará, e porá fim à corrupção, à miséria e às artimanhas. Ele instaurará o
seu reino glorioso.
JESUS VOLTARÁ
Por mais de trezentas vezes —
numa média de um versículo a cada vinte e seis — o Novo Testamento refere-se à
segunda vinda de Jesus Cristo. Por conseguinte, não corremos qualquer risco em
depositar toda a nossa confiança nesta verdade. O que não podemos fazer é
marcar a data de sua volta. Este é um assunto que compete única e
exclusivamente a Deus.
A Igreja Primitiva vivia em meio
à expectação do retorno de seu amado Senhor. Esperança esta que só começou a
diminuir no século III d.C. Apesar dos séculos de negligência em torno do
assunto, o século XIX foi reavivado para se voltar a esta realidade da Palavra
de Deus.
Entre os evangélicos, hoje, há um
consenso generalizado sobre o fato de que Jesus Cristo realmente está prestes a
voltar. Até mesmo entre os teólogos modernos, aquela con13 versa sobre a morte
de Deus já é coisa passada. Hoje, eles já
se voltam à doutrina das últimas
coisas. Entretanto, a desrespeito dos
modismos teológicos, precisamos estabelecer nossas convicções sobre a verdade
revelada na Palavra de Deus. Afinal, o próprio Jesus, durante o seu ministério
terreno, já afirmara categoricamente: “Eu voltarei”.
Por que esta doutrina é tão
estratégica e importante? Por um grande motivo: é a chave para a história da
humanidade. Estamos nos movendo inexoravelmente para a consumação de todas as
coisas. A maioria das religiões e filosofias não-cristãs têm um ponto de vista
cíclico da história, Os hindus, por exemplo, vêem-na como se fora uma roda da
vida, girando sem parar, sem começo nem fim.
Mas a visão bíblica da história é
linear.
Houve um começo, um evento
central - a cruz. Quando Jesus bradou: “Está consumado!” (Jo 19.30), assegurava-nos
Ele, por intermédio de sua paixão e morte, a nossa redenção.
Mas ainda não possuímos a
plenitude de nossa salvação e da herança que Cristo nos conquistou. Estas
tornar-se-ão plenas quando Ele retornar para levar a sua Igreja (Rm 13.11;
8.23; Hb 9.28). Não obstante, já estamos usufruindo de muitas bênçãos
provenientes da cruz.
Os eventos do mundo não
continuarão num processo interminável. Virá o momento em que a presente ordem
de coisas, ou dispensação, haverá de chegar ao fim. As tristezas de um mundo
amaldiçoado pelo pecado, manchado pela guerra, esmagado pela inimizade, haverão
de terminar por ocasião do advento do Príncipe da Paz. Quando as nações tiverem
cumprido seu papel, dentro do panorama que Deus traçou à história, o Senhor
ordenará: “Basta!”, E Jesus, então, invadirá pessoalmente a ordem mundial.
Todas as coisas apontam à volta iminente de Cristo. Ele é o ponto central da
história. Sem Ele, nossa existência, não tem qualquer significado (Cl 1.16,17).
Este ensino também é importante,
porque a volta de Cristo é a esperança da Igreja. A morte jamais poderia ser a nossa
esperança, nem jamais levaria o pecador à conversão
(Mt 13.18-30,36-43). Nossa
esperança, como Igreja, é O aparecimento do Noivo. Pois o conceito da firme
esperança na ressurreição acha-se inseparavelmente vinculado ao quadro da
Igreja como a Noiva de Cristo (At 23.6; Rm 8.20-25; 1 Co 15.19; Tt 2.13; 1 Pe
1.3 e 2 Pe 3.9-13).
Há outro ponto significativo na
doutrina da segunda vinda de Cristo: é o incentivo a uma vida santa. A certeza
de que o Senhor pode vir a qualquer momento, desperta- nos da letargia,
reacendendo-nos as chamas do primeiro amor. Se temos esta esperança,
purifiquemo-nos a nós mesmos, pois, para tanto foram-nos concedidos abundantes
recursos espirituais. Sim, é possível viver de maneira agradável ao Senhor (Mt
25.6,7; 2 Pe 3.11; 1 Jo 3,3). A vigilância é a atitude apropriada do crente
fiel. Estejamos alertas, esperando continuamente pela vinda de Cristo (Mt
24.44; Mc 13.35,36; 1 Ts 5.8 e 1 Jo 2.28).
O ensino sobre a segunda vinda de
Cristo também estimula o serviço cristão. Os crentes que ardentemente aguardam
a volta de Cristo, reavaliam constantemente as prioridades que lhes governam a
maneira de viver. Sempre colocam, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua
justiça. Não querem ser surpreendidos tendo as mãos vazias. Eles sabem que, um
dia, todos teremos de comparecer ante o Tribunal de Cristo. Por isso alertam
constantemente seus parentes, amigos, conhecidos e os demais pecadores, a que
estejam preparados à vinda do Senhor (Mt 24.45,46; Lc 19.l3e2Co 5.10,11).
Mas como Jesus voltará? Ele
voltará pessoalmente (Jo 14.3; 21.20-23; At 1.11) e de forma inesperada (Mt
24.32- 51; Mc 13.33-37). Ele voltará em glória (Mt 16.27; 19.28 e Lc 19.11-27)
e de maneira visível como o anunciou o anjo à multidão no monte da Ascensão:
“Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como
para o céu o vistes ir” (At 1.11). O retorno real, visível e literal do Senhor
Jesus Cristo a esta terra, exclui qualquer interpretação espiritualizada, como
se a sua vinda tivesse ocorrido quando da descida do Espírito no Pentecoste, ou
quando da conversão de alguém, ou ainda por ocasião da morte do crente.
Por que Jesus voltará? Ele
voltará para receber os seus para si mesmo (Jo 14.3). Já com os novos corpos, e
já semelhantes aos anjos, estaremos para sempre com o Senhor (1 Co 15.34-54; 2
Co 5.1-5; 1 Ts 4.17).
Os que morreram em Cristo,
ressuscitarão; os que estiverem vivos, serão transformados “num momento, num
abrir e fechar de olhos” (1 Co 15.52; 1 Ts 4.17).
Ele voltará para julgar e
recompensar. julgará os crentes, distribuindo recompensas pelas obras de
justiça aqui praticadas, levando sempre em conta os motivos destas (Mt
25.14-30; Lc 19,11-27; 1 Co 13.3; 2 Pe 1.11). Também julgará o uso dos talentos
e das oportunidades. Esse será o julgamento dos crentes, conhecido também como
o Tribunal de Cristo, ou o julgamento do bema. Esta é uma palavra grega
encontrada em 2 Coríntios 5.10; usam-na os teólogos para distinguir o
julgamento dos crentes do juízo Final (Ap 20.11).
Não seremos julgados com respeito
aos pecados, pois estes já foram julgados e abolidos no Calvário (Is 53.5,6; Jo
5.24; 2 Co 5.2 1). Nosso julgamento será quanto à nossa atuação no Reino de
Deus.
A segunda vinda de Cristo também
removerá a força que restringe a ação plena do mal neste mundo. Alguns eruditos
acham que 2 Tessalonicenses 2.6-8 refere-se ao Espírito Santo; outros supõem
que seja o poder da lei e da ordem; e outros, ainda, pensam na Igreja. Talvez
esta última seja a melhor interpretação. A Igreja, de fato, é a agência por
meio da qual o Espírito Santo opera como a influência restringidora do mal.
Certamente o Espírito Santo continuará a operar na terra após o arrebatamento
da Igreja, pois em a sua presença o mundo simplesmente desapareceria.(Quanto a
maiores discussões a respeito ver Donald (. Stamps, editor, The Fuli Life Study
Bible, Grand Rapids:
Zondervan Bible Publishers, 1990,
pág. 448).
O ARREBATAMENTO
A definição da “segunda vinda de
Cristo” é bastante ampla; é vista pelo menos de duas maneiras diferentes. E
localizada, às vezes, para indicar o drama dos tempos do fim, abrangendo tanto
o arrebatamento da Igreja quanto a revelação de Cristo em glória no monte das
Oliveiras (Zc 14.4). Outras vezes, é enfocada especificamente para diferençar a
revelação de Cristo do arrebatamento da Igreja que a antecederá.
A primeira fase da segunda vinda
de Cristo, tomada em sentido mais amplo, refere-se ao arrebatamento da Igreja.
Abruptamente, e sem aviso prévio, Jesus levará os que se acharem reparados à
sua vinda (1 Ts 4.16- 18; 2 Ts 2.1). Os que estiverem “em Cristo”, tanto os
ressuscitados quanto os que se encontrarem vivos, serão conjuntamente
“arrebatados”. O vocábulo grego harpagesometha significa “arrebatados
poderosamente” às nuvens (possivelmente nuvens de glória) para se encontrarem
com Ele nos ares. Em harpazo, há um tempo verbal futuro passivo usado para
descrever a ação dos ladrões e das águias: ambos, furtivamente, apropriam-se de
seus despojos. E o caso de Paulo que foi levado de repente e com grande poder
ao terceiro céu (2 Co 12.2).
O latim traduziu esse termo por
raptus, que é a raiz da palavra portuguesa “arrebatamento”, mostrando que essa
palavra torna-se um termo legítimo para designar este tão maravilhoso evento
previsto tantas vezes pela Bíblia. (Ver Stanley M. Horton, It’s Gecting Late,
Springfield, Mo.: Gospel Publishing House, 1975, pág., 49).
Visto que, em Mateus 24.30,31,
encontramos os anjos a recolher os eleitos, logo após ser proferida a
lamentação por todas as nações, alguns são levados a pensar que a Igreja não será
arrebatada até Cristo haver destruído os exércitos do Anticristo.
Ora, devemos considerar, porém,
que o capítulo 24 de Mateus não apresenta os eventos em ordem cronológica.
Jesus não tinha qualquer intenção em revelar o dia ou a hora de sua vinda (Mt
24.36). A palavra “então”, no início de Mateus 24.30, traduz um vocábulo grego
de sentido muito geral (tote), dando a entender que os acontecimentos ocorrerão
todos dentro do mesmo período de tempo, mas não necessariamente na ordem
apresentada.
Jesus também enfatiza que, quando
do arrebatamento, o mundo estará seguindo normalmente o seu curso. Nos dias do
Novo Testamento, como a economia era essencialmente agrícola, os homens iam
diariamente aos seus campos. Não havendo vasos herméticos que mantivessem os
insetos afastados da farinha de trigo, as mulheres tinham como tarefa cotidiana
limpar os grãos e moer o trigo novo em moinhos manuais.
Caso contrário: não haveria pão
na manhã seguinte. Portanto, quando Jesus afirmou: “Então, estando dois no
campo, será levado um, e deixado o outro; estando duas moendo no moinho, será
levada uma, e deixada outra” (Mt 24.40,41), Ele quis dizer que as pessoas
estariam envolvidas em suas lides diárias, quando de sua vinda. Tudo parecerá
estar ocorrendo normalmente. E, então, sem qualquer aviso, um será arrebatado
para o encontro com o Senhor nos ares, ao passo que o outro será deixado para
sofrer a ira de Deus (ver Stanley M. Horton, One Is Taken; One Is Leít”,
Pentecostal Evangel, 15 de setembro de 1973, pág. 6).
Não há qualquer indicação de que
o mundo estará dominado pelo Anticristo por ocasião do arrebatamento da Igreja,
pois esta será tirada da terra antes da Grande Tribulação. (Ver Stanley M.
Horton, “1 Believe in the Pre-Tribulation Rapture”, Pentecostal Evangel, 2 de
julho de 1989; Stanley M. Horton, “Counted Worthy to Escape”, Pentecostal
Evangel, 15 de agosto de 1976, págs. 6 e 7).
Paulo mostra-se mui enfático ao
profetizar que os mortos em Cristo unir-se-ão aos santos que estiverem vivos, e
quem ambos serão arrebatados conjuntamente, formando um só corpo. E, assim,
estarão para sempre com o Senhor, Ensinam alguns teólogos que haverá múltiplos
arrebatamentos. Mencionando as parábolas de Jesus, dividem a Igreja em vários
grupos: o noivo, os amigos do noivo, as virgens, os convidados e os servos. Mas
isso não é interpretar a Escritura; é forçar a analogia. Devemos ter cuidado
para que não nos tornemos como Nicodemos que, em seu diálogo com o Mestre,
chegou a perguntar como poderia alguém voltar ao ventre materno e nascer de
novo Go 3.4).
Se examinarmos as parábolas das
bodas, veremos que todas elas se centralizam em Cristo. Quando a noiva é
mencionada, outros grupos não se fazem presentes, e vice- versa. Vemos,
igualmente, que tanto os judeus quanto os gentios são referidos como
convidados. Os doze apóstolos são mencionados como amigos, ou convidados do
noivo (Mt 9.15). Na verdade, Jesus estava usando diferentes aspectos de uma
festa de casamento judaica para explicitar as várias facetas de nosso
relacionamento com Ele. A “noiva” é um desses aspectos, e representa a
totalidade da verdadeira Igreja, numa íntima relação com Jesus, que encontrará
seu completo cumprimento nas bodas do Cordeiro (Ap 19.7,8).
Outro ensino comum é que o
arrebatamento será limitado a um grupo especial constituído de “vencedores”.
Quanto ao restante da Igreja, ficará para trás para atravessar a Grande
Tribulação, sendo eventualmente arrebatado.
Mas se examinarmos o que a Bíblia
tem para dizer acerca dos vencedores, constataremos que somente os que vencerem
é que comerão do fruto da árvore da vida, e não serão atingidos pela segunda
morte, nem terão os nomes riscados do Livro da Vida (Ap 2.7,11; 3.5). Vencer
significa conquistar, ganhar. E, se não ganharmos, perderemos. Esses
versículos, no Apocalipse, indicam claramente: os que não vencerem, perderão o
direito de entrar na Nova Jerusalém.
Quem, pois, serão esses
vencedores? 1 João 5.4 assim nos responde: “... e esta é a vitória que vence o
mundo: a nossa fé”. Tudo quanto um crente regenerado tem a fazer para alcançar
plena vitória é acreditar, e continuar a crer, que Jesus é o Filho de Deus.
Dessa maneira, obterá vitória infalível através de nosso Senhor Jesus Cristo (1
Co 15.57). Somente Ele pode fazer-nos mais que vencedores. (Grande parte do
material usado neste tópico é adaptação de Horton, Getting Late, págs. 50 a
54).
A GRANDE
TRIBULAÇÃO
Após o arrebatamento, haverá um
tempo de terrível tribulação e angústia predito pelos profetas do Antigo
Testamento. Daniel refere-se a uma tribulação jamais dantes experimentada (Dn
12.1). Mateus 24.21-29 descreve-a como a Grande Tribulação. E Apocalipse 3.10
descreve-a como a “hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para
tentar os que habitam na terra”. Jeremias, por sua vez, predisse que essas
trevas seriam o “tempo de angústia para Jacó” (Jr 30.4-7). Tanto Isaías quanto
Zacarias falaram acerca desta indignação de Deus contra os habitantes da terra
(Is 24.17-21 e Zc 14.1-3).
Quando terá início a Grande
Tribulação?
Mateus 24.30 localiza a Grande
Tribulação como tendo lugar por ocasião do glorioso retomo de Cristo. E
evidente, pois, que a tribulação ocorra entre o arrebatamento e a revelação de
Cristo. Temos outras garantias de que o arrebatamento, realmente, ocorrerá
antes da tribulação. Eis o que diz 1 Tessalonicenses 5.9-11: “Porque Deus não
nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor
Jesus Cristo, que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos,
vivamos juntamente com ele. Pelo que exortai-vos uns aos outros e edificai-vos
uns aos outros, como também o fazeis”.
Jesus, pois, é nosso libertador e
preservador. Somente CAPÍTULO Ele nos resgata da ira vindoura. Seu sangue é
mais do que suficiente para salvar-nos da ira (Rm 5.9). A
Durante a Grande Tribulação, Deus
descarregará a sua ira sobre este mundo. As palavras “quer vigiemos, quer
durmamos”, de 1 Tessalonicenses 5.9-11, referem-se à preocupação dos crentes de
Tessalônica quanto ao destino dos mortos em Cristo. Estes ressuscitarão
primeiro, e então nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados ao encontro
do Senhor nos ares. “... e assim estaremos para sempre com o Senhor” (1 Ts
4.17). Noutras palavras: seremos guardados da ira vindoura sendo arrebatados
para vivermos eternamente como Senhor Jesus (1 Ts 1.9,10; 5,9). O contexto de 1
Tessalonicenses 5.9 mostra-nos que a ira divina virá, de fato, após o
arrebatamento, isto é: durante a Grande Tribulação.
Fica mais que evidente, pois, que
nenhuma parte da Igreja de Cristo será deixada na terra para sofrer os
julgamentos de Deus durante a tribulação. Esses julgamentos serão a plena
manifestação da ira de Deus (Ap 6.16,17; 11.18; 14.10,19; 15.1,7; 16.1,19;
19.15). E conforme João salienta: “E os outros homens, que não foram mortos por
estas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos...” (Ap 9.20).
Isso exclui a presença dos
crentes sobre a terra nesse período. (Horton, “Pre-Tribulation Rapture”, págs.
8 e 9). No capítulo 16 de Apocalipse, os juízos são tais que ninguém poderá
esconder-se em parte alguma; não haverá abrigo contra a ira de Deus. “Muitas
outras passagens também falam sobre o dia da ira que revelará os justos
julgamentos de Deus sobre os corações impenitentes e rebeldes (Rm 2.5; Ef 5.6;
Cl 3.6). Mas nós, os crentes, não estamos destinados à ira” (Horton, Getting
Late, pág. 69).
Mui freqüentemente, os que
afirmam que a Igreja passará pela Grande Tribulação, salientam: Deus não prometeu
que a Igreja escapará da tribulação e do sofrimento. O que eles não sabem é que
a Bíblia usa a palavra “tribulação” (no grego, thlípsis) de duas maneiras
diferentes. Algumas vezes, ela refere-se à aflição, à perseguição, à pressão e
à angústia que nos são causadas por um mundo ímpio. Ela também é traduzida por
“aflições” quando Paulo fala de nossas tribulações diárias que, se comparadas a
eternidade duram apenas um momento:
“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória
mui excelente” (2 Co 4.17).
Mas os julgamentos da tribulação,
referidos em Apocalipse, não pertencem à mesma classe; representam antes a ira
de Deus. Mas não estamos esperando a ira; quer vivamos ou morramos, aguardamos
o arrebatamento para estarmos para sempre com o Senhor (1 Ts 5.10). Tendo isso
em mente, Paulo encoraja os irmãos de Tessalônica para se edificarem
mutuamente, como já vinham eles fazendo. Obviamente, o apóstolo referia-se ao
arrebatamento (idem, págs. 69 e 70).
Quanto tempo durará a Grande
Tribulação? Embora não haja uma resposta clara, há diversas referências que
poderão ajudar-nos a examinar a questão. Elas parecem indicar um período de
sete anos. A chave, aqui, é o desvendamento do mistério das setenta semanas de
Daniel (Dn 9.24-27). As primeiras sessenta e nove semanas terminaram com a
crucificação do Messias (Dn 9.26).
Muitos acreditam num interlúdio
entre a 69 e a 70 semana, como se esta estivesse indefinidamente adiada. Esse
interlúdio é a era da graça. Quando a influência restringidora da operação do
Espírito Santo em, e através da Igreja, for removida, por ocasião do
arrebatamento, então terá início a última e terrível semana. Uma “semana”
parece ter a significação de sete anos. Apoiando esse ponto de vista, temos as
seguintes referências: Dn 7.25; 12.7 e Ap 12.14. Nestas, a última metade da
septuagésima semana é assim designada: “tempo, tempos e metade de um tempo”, ou
seja: três anos e meio ou quarenta e dois meses (Ap 11.2 e 13.5), ou mesmo mil
duzentos e sessenta dias (Ap 11.3 e 12.6).
O ANTICRISTO
CAPÍTULO
O líder terreno durante o período
da Grande Tribulação — será o arquiinimigo do Senhor Jesus: o Anticristo. A
palavra A “anti” tem este sentido básico no grego: “em lugar de” e não “contra”.
Ele não dirá ser o Anticristo.
Antes, reivindicará ser o verdadeiro Cristo. Embora haja alusões e
caracterizações por todo o Antigo e o Novo Testamento, a mais clara
representação desse adversário de Deus aparece em 2 Tessalonicenses 2.3-9. Ele
é retratado como a incorporação da própria iniqüidade (Dn 7,24,25; 2 Ts
2.3,8,9). Ele dirá ser o próprio Deus (2 Ts 2.9,10). E provável que a besta,
referida no capítulo treze de Apocalipse, seja outro nome do Anticristo. Este,
porém, há de revelar sua verdadeira natureza, principalmente ao povo judeu ao
cometer o sacrilégio conhecido em Daniel como “a abominação desoladora” (Dn
11.31; 12.11; Mt 24.15 e Mc 13.14).
A contaminação do templo de
Jerusalém por Antioco Epifânio em 168 a.C., constituiu-se no cumprimento imedi-
ato dessa profecia de Daniel. No entanto, ela tem um significado escatológico a
longo prazo. Jesus a viu como um acontecimento ainda futuro.
O destino do Anticristo será um
rápido e inexorável julgamento por parte do Senhor Jesus, quando de sua
revelação e intervenção como o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap
19.11-16). A batalha do Armagedom, o último grande conflito das nações,
instigado pelo Anticristo, culminará no triunfo de nosso Senhor. Quanto ao
Anticristo e aos seus aliados, serão todos lançados lago do fogo.
O TEMPO DA VINDA
DE CRISTO
O Senhor advertiu-nos quanto ao
tempo de sua vinda: “Mas, daquele Dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos que
estão no céu, nem o Filho, senão o Pai. Olhai, vigai e orai, porque não sabeis
quando chegará o tempo” (Mc 13.32,33). Jesus também disse aos discípulos,
momentos antes de subir aos céus, que não lhes pertencia “saber os tempos ou as
estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1.7). A data do
retorno de Cristo não é prerrogativa nossa.
Contudo, há algumas linhas
mestras que deveríamos observar para que não sejamos surpreendidos. Em vista da
necessidade de nos mantermos sempre alertas, podemos falar da bendita esperança
como algo que fosse acontecer a qualquer momento. Não queremos dizer com isso
que o Senhor Jesus poderia ter retornado imediatamente após a sua ascensão.
Todavia, atentemos para a parábola na qual Jesus pintou um “homem nobre” que
“partiu para uma terra remota, a fim de tomar para si um reino e voltar depois.
E, chamando dez servos seus,
deu-lhes dez minas e disse-lhes: Negociai até que eu venha” (Lc 19.11-27). Esta
comparação dá a entender que haveria uma ausência considerável. Haja vista o
dinheiro confiado aos servos. Era sinal de que estes deveriam cumprir suas
tarefas com fidelidade. Como eles não sabiam o tempo exato do retorno de seu
senhor, não podiam mostrar-se negligentes: teriam de cuidar com o máximo zelo
dos negócios do mestre.
Os crentes, no primeiro século da
era cristã, esperavam que Jesus retornasse por aqueles dias. Porém, à semelhança
do apóstolo Paulo, não ficaram desapontados ao perceberem que ainda haveria um
tempo de espera (2 Tm 4.8). De igual modo, devemos nos manter sempre em
obediência à Grande Comissão (Mt 28.19,20; At 1.8), pois “este evangelho do
Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então
virá o fim” (Mt 24.14).
Seja como for, jamais nos
esqueçamos de que Jesus breve virá. Eis o que Ele mesmo enfatizou: “Por isso,
estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que
não penseis. Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o senhor constituiu
sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo
que o Senhor, quando vier, achar servindo assim. Em verdade Vos digo que o porá
sobre todos os seus bens. Porém, se aquele meu servo disser consigo: O meu senhor
tarde virá, e começar a espancar os seus conservos, e a comer, e a beber com os
bebados, vira o senhor daquele servo num dia em que o não espera e hora em que
ele não sabe, e separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali
haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 24.44-51).
João também enfatizou quão
importante é conservar a esperança na volta do Senhor Jesus: “E qualquer que
nele 1-em esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (1 lo
3.3). Portanto, devemos estar sempre atentos: esperando a Jesus e proclamando o
Evangelho enquanto Ele não vem. Com a volta de Cristo, tomaremos completa posse
do Reino de Deus.
Pedro adverte-nos contra os
falsos mestres e zombadores que não cessavam de perguntar: “Onde está a
promessa da sua vinda?” (2 Pe 3.4). Responde o apóstolo: “Mas, amados, não
ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como
um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia;
mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que
todos venham a arrepender-se” (2 Pe 3.8,9). Noutras palavras: Deus não vê o
tempo da maneira como o fazemos, nem se acha limitado pelo tempo. (Ver Stanley
M. Horton, Ready Always, Springfield, Mo.: Gospel Publishing House, 1974, págs.
Il1-113).
Vemos as coisas através da ótica
de nossas limitações. Mas Deus as vê do ponto de vista da eternidade. Como Ele
se preocupa com o cumprimento da Grande Comissão, concede-nos tempo para que
proclamemos o Evangelho a todas as nações. Estejamos certos, porém, de uma
coisa: no devido tempo, Deus haverá de dizer: “Basta”. E o dia de Cristo,
então, virá como o ladrão de noite (2 Pe 3.10).
Visto estar Pedro preocupado com o
julgamento dos falsos mestres, deixa por um instante o arrebatamento, e vai direto
ao julgamento final. Ele explica que tudo acontecerá no “dia do Senhor” que,
logicamente, não pode ser confundido com um mero período de 24 horas.
Paulo também fez severas
advertências contra os falsos mestres por estarem perturbando os
tessalonicenses, que haviam sido encorajados quanto à esperança do
arrebatamento. Através de falsas profecias e epístolas forjadas, afirmavam
eles: “... como se o Dia de Cristo estivesse já perto” (2 Ts 2.1,2). Paulo,
então, apareceu em cena para refutar semelhante ensino: “Ninguém, de maneira
alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se
manifeste o homem do pecado, o filho da perdição” (2 Ts 2.3). Neste versículo,
Paulo indicou que, por não terem tais coisas ocorrido, o dia do Senhor ainda
não havia chegado. Mas Jesus já não tarda em vir arrebatar-nos (idem, págs.
94-101. Ver também Study Bible, págs. 445 e 446).,
A iminência da volta de Cristo
também é evidenciada pelos sinais. As “guerras e rumores de guerras” e demais
coisas mencionadas por Jesus em Mateus 24 caracterizam muito bem a presente hora.
E, assim, Jesus deixou bem claro
que não podemos esperar por condições perfeitas para espalhar o Evangelho, mas
aproveitar todas as oportunidades independentemente das circunstâncias. Há
também outros “sinais” específicos referentes à segunda vinda de Jesus em
glória para julgar a terra e estabelecer o seu reino milenar. Ele mesmo o diz:
“Ora, ao começarem estas cousas a suceder, exultai e erguei as vossas cabeças;
porque a vossa redenção se aproxima” (Lc 21.28). Isso significa que devemos
enfocar a nossa atenção sobre o Senhor, e não sobre os sinais.
Por conseguinte, não há sinais
que nos permitam datar o arrebatamento. A despeito das especulações e
tentativas de se datar este maravilhoso evento, a vinda de Cristo não será
previamente anunciada (Mt 24.36; 25.13; Mc 13.32; 1 Ts 4.16,17 e Tt 2.13). O
Senhor quer que estejamos sempre de prontidão.
De uma coisa, porém, estamos
certos: o arrebatamento da Igreja ocorrerá antes da Grande Tribulação, pois o
Senhor Deus livrar-nos-á dessa angústia (Lc 21.34-36; 1 Ts
5,9,10; 2 Ts 1.4-10 e Ap 3.10).
(Ver “The Rapture of the Church” em Where We Stand, Springfield, Mo.: Gospel
Publishing House, 1990, págs. 125-130).
Elaboração pelo:- Evangelista
Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de
Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Livro:- Doutrinas bíblicas
William W. Menzies – Stanley M. Horton
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